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Entenda o caso do vazamento do Banco Inter

Ministério Público investiga vazamento de dados de 300 mil correntistas.

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Willian Oliveira

16 de mai de 2018

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As fintechs passam por um momento complicado em suas velozes ascensões no mercado brasileiro. Primeiro foi a liquidação do banco Neon, que embora não tenha atingido diretamente as contas digitais, passou por “dias difíceis” ( para entender melhor sobre o caso, leia nosso artigo: Como o fim do banco neon afeta contas digitais?)

Agora é a vez do Banco Inter, que apesar de ter tido menor repercussão, está imerso em uma crise bem maior do que a enfrentada pela Neon Pagamentos. A instituição, que supostamente teve os dados dos usuários vazados no mês passado, está sendo investigada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e teve o certificado de banco digital revogado. Para entender tudo o que aconteceu, vamos ter que voltar ao início dos eventos:

Suposto vazamento de dados do Banco Inter

No dia 24 de maio, o TecMundo noticiou vazamento de dados bancários de aproximadamente 300 mil correntistas do banco. O site revelou ter recebido um arquivo de 40 GB com as informações e um manifesto de 18 páginas em que o hacker “John” descreve como explorou as falhas de segurança da instituição para obter os dados. Além disso, no documento, ele explica quais foram suas motivações e como foi sua tentativa de extorsão ao Banco Inter.

Já viu a resenha do Promobit no Techmundo?

Os arquivos, que chegaram ao TecMundo, de acordo com reportagem publicada no site, também foram vendidos por um grupo ligado ao hacker, após a instituição, corretamente, se recusar a ceder à extorsão.

Banco nega, site confirma

Após publicação da reportagem e repercussão, a instituição se posicionou reconhecendo a tentativa de extorsão, mas negou que seus dados tenham sido vazados. Em nota, afirmou: “o Banco Inter segue as regulamentações de segurança aplicáveis à natureza do serviço prestado, estando em conformidade com as boas práticas no que se refere à proteção dos dados pessoais de seus clientes. Nesse sentido, busca constantemente o aperfeiçoamento de sua segurança digital. Inclusive, é pioneiro na migração de dados para computação em nuvem junto ao seu parceiro Amazon Web Services”.

Por sua vez, em atualização ao seu post, o TecMundo afirmou ter apurado todo o caso e realizado ligação para vários dos números encontrados nos arquivos obtidos com o hacker. “Todas as ligações realizadas foram gravadas e os clientes confirmaram os dados vazados:”

vazamento inter

Gravidade do vazamento

Dentre os 40 GB em posse do TecMundo, 30 GB seriam de dados sensíveis dos correntistas, incluindo:

  • Dados cadastrais, incluindo código de segurança e senha;
  • Dados do cartão, incluindo número, CVV e data de validade;
  • Base de cadastro Mastercard com e-mails, telefones, endereço, nome do pai, nome da mãe, documentos, telefone fixo e celular;
  • Fluxo de troca de senha do cartão, incluindo antigas e novas;
  • Logs transacionais de todas as operações e transações bancárias realizadas pelos clientes;
  • Documentos e contratos de serviço, incluindo CPF, RG, CNH, comprovantes e, eventualmente, declaração de imposto de renda;
  • Fotografias de cheques usadas pelo serviço de compensação de cheques por imagem no aplicativo;
  • Padrões de URL de sistemas no cloud front;
  • Chaves de API e URLs usadas para validar a senha master na processadora de cartões Fast Solutions;
  • Entre outros.

De acordo com o próprio hacker, em nota publicada no TecMundo, o vazamento já é uma das maiores falhas de segurança de um banco na história recente do Brasil, afetando a vida de centenas de milhares de brasileiro e a confiança no próprio sistema bancário digital como um todo.

“Problema grande suficiente para comprometer não só o rating do banco Inter frente ao Banco Central, mas comprometer o rating de todos os bancos digitais, ou bancos clássicos que planejem adotar soluções de Cloud Computing em grande escala. E claro, potencialmente, afetar o resultado e as recomendações do Banco Central e do Working Group da Febraban para indicar até que ponto um banco ou uma fintech deve usar recursos de cloud”.

Investigação do Ministério Público

No dia 10, o problema do suposto vazamento saiu da esfera da confiança pública e foi para a esfera da justiça, quando o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) abriu inquérito para investigar o caso de vazamento de dados. O Ministério Público afirmou que também está em posse dos mesmos arquivos que chegaram até o TecMundo.

Uma semana antes da abertura do inquérito, no dia 04, o Ministério Público já havia requisitado informações sobre o ocorrido, por meio de ofício, ao Banco Inter. A instituição deve responder ao MP informando sobre a existência do incidente do vazamento de dados, sua natureza, medidas tomadas e número total de clientes que foram afetados.

De acordo com o promotor de Justiça Frederico Meinberg, que está à frente do inquérito, “o Ministério Público entende que vazamento de dados envolvendo companhias abertas configura fato relevante capaz de influir de modo ponderável na cotação dos valores mobiliários”.

cartão banco inter

Revogado o Certificado Digital do Banco Inter

Hoje mais uma “bomba” caiu sobre a instituição. O blog Segurança Digital do G1 publicou artigo onde afirma que um certificado digital do Banco Inter, junto com sua chave privada, foi publicado em um site e posteriormente revogado. Esse fato é incapaz de provar a existência de vazamento de dados. No entanto, o caso coloca novamente a instituição nos holofotes de forma negativa, porque “levanta questões sobre as práticas de segurança da instituição financeira, pois, como é um dado sigiloso, essa chave não deveria ter sido exposta.”

De acordo com a norma de certificação digital na internet, existem 11 justificativas para que um certificado seja revogado. Entre todos os motivos possíveis, foi constatada a razão de número 1 “chave comprometida”, que é mais específica sobre vazamento de chave.

Resposta do Banco Inter ao suposto vazamento

Desde a primeira publicação de matérias que apontam o vazamento, a resposta do banco a todos os veículos tem sido uma só: “não houve comprometimento da estrutura de segurança do banco”, seguido de recusa a comentar sobre os casos envolvendo a instituição.


Pelo jeito, o desfecho do caso ainda está longe do fim. Nós iremos atualizar esse artigo com as novas informações e repercussões em relação ao suposto vazamento, já que é um assunto de interesse de toda a comunidade.

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