Review do jogo The Walking Dead: A New Frontier
The Walking Dead: A New Frontier é a terceira temporada da aclamada série da Telltale. Será que ele está a altura de usar esse nome?
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A Telltale ganhou fama e renome ao lançar The Walking Dead, um adventure game baseado nos quadrinhos de Robert Kirkman que impressiona pelas escolhas difíceis em que coloca os jogadores e pelo belo enredo. O segundo jogo da série não foi tão bem assim, e fez com que a empresa levasse um bom tempo para lançar o terceiro capítulo. Será que eles conseguem voltar à forma antiga com The Walking Dead: A New Frontier?
No novo jogo, você controla Javier Garcia, um ex-jogador de baseball que acabou encerrando a carreira prematuramente devido a problemas com apostas. O personagem é o novo protagonista do game, e você vai passar boa parte com ele, com Kate Garcia, sua cunhada, e com Mariana e Gabriel Garcia, os sobrinhos. Clementine ainda aparece no jogo, mas ela é uma personagem coadjuvante da história e uma aliada valorosa durante a aventura.
Você começa o jogo no núcleo de Javier, com Kate, Mariana e Gabriel Garcia, filhos de David Garcia, irmão de Javi, que se separou deles logo no começo do apocalipse. Como era de se esperar, eles presumem que David está morto, afinal, os eventos principais do jogo acontecem cerca de três anos após o apocalipse começar.
Conforme você avança nos episódios, você conhece um pouco mais sobre os Garcia, além de chegar a Richmond, a “cidade do mal” dessa temporada. Aqui a Telltale fez um trabalho bem legal em não voltar ao clichê do Governador ou de Negan, apresentando assim uma história mais original do que as que estamos acostumados dentro de The Walking Dead, e isso é um ponto positivo.
Outro ponto positivo são os personagens do jogo. Todo mundo é bem trabalhado e tem seus traços únicos. Javi é o irmão mais novo que fez cometeu um erro grave na vida e que agora tenta se reergue e manter a própria família inteira. Kate talvez seja a personagem mais rasa do jogo, mas ainda é uma personagem interessante. Mariana é uma jovem doce, e Gabriel é o clássico adolescente que a gente quer encher de porrada de tão chato.
Para completar, uma das melhores partes do game são os flashbacks onde você controla Clementine e descobre o que aconteceu com ela entre o final da segunda temporada e o começo da terceira temporada, além de aprender mais sobre o relacionamento dela com alguns dos personagens da temporada atual.
A história toda da terceira temporada é bem escrita e interessante, mas ainda vale ressaltar um pequeno problema que parece existir em todos os jogos da Telltale: os personagens são muito inconstantes. Num momento, eles concordam com você e fariam o que você acabou de fazer, dois segundos depois, eles estão te condenando por causa do que fez, e isso acontece em muitos momentos do jogo, chegando a irritar um pouco.
Afora a história do jogo, ainda temos que comentar sobre a jogabilidade dele. O jogo funciona basicamente como os outros jogos da Telltale, com as escolhas das falas baseadas nos botões, quick time events onde você tem que apertar botões na hora certa e um detalhe muito bem-vindo: eles finalmente adicionaram um botão de andar mais rápido pelo cenário. Como ele fez falta.
Graficamente, o jogo está mais bonito do que nas outras temporadas, apesar de eu ter encontrado problemas de otimização e lentidão durante alguns dos episódios inicias do jogo, mas no geral, ele começou a funcionar de maneira bem melhor a partir do quarto capítulo, então parece que a Telltale conseguiu corrigir esse problema antes do fim da temporada. A trilha sonora do jogo é muito boa, e a dublagem também faz bem o papel de ajudar a contar a história, e ele ainda vem com legendas em português. Sempre um ponto positivo.
- Nota8.5/10