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Frete grátis da China causa prejuízo nos Correios

Envios da China estão causando prejuízo de R$ 1 bilhão nos Correios, segundo o presidente Guilherme Campos

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Yolanda Moretto

15 de mar de 2018

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O aumento desproporcional de importações da China para o Brasil pode estar causando um prejuízo de R$ 1 bilhão de reais por ano para os Correios, o equivalente a 6% de toda a receita anual da estatal em 2017. As informações são do jornal Valor Econômico.

O presidente dos Correios, Guilherme Campos, contou ao jornal que o fluxo de mercadorias da China é parte de um processo que ele chama de “camelô eletrônico”, em que sites importam produtos chineses para revenda no Brasil por um preço mais barato. Como produtos de até U$100 entram no país sem impostos e muitas vezes também são enviados com “frete grátis”, a estatal perde cerca de R$15,00 por volume, entre os mais de 300 mil envios que chegam ao Brasil por dia.

Correios Agência

Segundo o portal Uol, o problema do frete grátis das encomendas chinesas é que os pacotes chegam ao Brasil sem código de rastreamento e em embalagens fora dos padrões dos Correios.

Além disso, os envios raramente trazem o CEP do destinatário em código de barras, que poderia ser lido por máquinas automatizadas e separado sem necessitar da intervenção de um humano, o que tornaria o processo mais ágil.

No momento, a estratégia dos Correios é iniciar um diálogo com o governo chinês, para que a estatal não precise subsidiar os custos das entregas e não fique mais com os centros de distribuição sobrecarregados. A União Postal Universal (UPU), agência das Nações Unidas dedicada aos serviços postais, também começou a fazer uma pressão ao governo chinês. Outra solução que está sendo discutida é o destinatário pagar o valor do frete no momento da entrega da encomenda.

O depoimento de Campos vem logo depois de a Gearbest, uma das maiores responsáveis por enviar produtos importados para o Brasil, anunciar novas regras de envio para o nosso país.

Nesta segunda-feira, dia 12, os trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) entraram em greve, pedindo melhorias no convênio médico, a realização de Concursos Públicos para a contratação de mais funcionários, melhor manutenção das agências e CDDs para atendimento da população e defesa do cargo de OTT, demissões e terceirização de serviços.

Em 2016, o balanço negativo dos Correios ficou em R$ 1,6 bilhão. Até novembro de 2017, o prejuízo chegava a R$2,03 bilhões, uma alta de 17% em relação ao ano anterior.

A situação já causou descontentamento para diversos consumidores, que tem reclamado da piora do atendimento e atraso das entregas nacionais e internacionais já há alguns meses.