Os recursos de saúde dos smartwatches são seguros?
As funções de saúde dos smartwatches podem ser muito úteis desde que encaradas da forma correta.
Vinicio Rolim Lira
30 de jan de 2021
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Os smartwatches oferecem muitas funções de monitoramento de atividades físicas e recursos relacionados à saúde como contagem de passos, oxímetro para medição de oxigênio no sangue e até eletrocardiograma. Mas será que esses recursos de saúde são realmente seguros? Neste texto abordaremos as reais capacidades desses recursos e o que esperar deles.
Como funcionam os principais recursos de saúde?
Antes de abordar a eficácia de tais funções, é necessário entender como funcionam os principais recuros, monitoramento de frequência cardíaca e do nível de oxigênio no sangue. O monitoramento dos batimentos cardíacos é feito através de uma técnica chamada de fotopletismografia que consiste na presença de uma série de LEDs fotossensíveis que emitem luz verde invisível aos olhos, mas reflexiva junto ao vermelho do sangue.
O sensor presente nos aparelhos mede a quantidade de vezes que a luz verde é refletida e de acordo com a movimentação do sangue nas veias faz o cálculo de batimentos por segundo.
A mesma lógica de funcionamento é aplicada para medir os níveis de oxigênio no sangue. O nível de oxigênio nas hemoglobinas presentes no sangue apresentam diferentes níveis de absorção da luz de acordo com o quão oxigenadas estejam. Quando o Smartwatch emite luz no sangue o sensor é capaz de identificar, em tese, se os níveis de oxigênio estão em patamares normais.
Os recursos dos smartwatches são informativos
Os smartwatches evoluíram muito nos últimos anos e prova disso é que os relógios inteligentes ganham mais funções e evoluem a cada nova geração. Entretanto, por mais avançados que estejam, os sensores e medidores presentes no aparelhos para extrair dados relacionados à batimentos cardíacos e níveis de oxigênio no sangue, por exemplo, não são tão eficazes quanto os aparelhos de uso médico dedicados a tais finalidades, e talvez nunca cheguem a ser, afinal essa não é a proposta.
“Então significa que não serve pra nada? Estou sendo enganado?”. Não. Tanto que de fato algumas pessoas já foram salvas graças a esses recursos, ao serem informadas sobre resultados diferentes do considerado ideal na frequência cardíaca. Porém. a eficácia menor dos sensores dos smartwatches serve como um indicativo, uma sinalização sobre como está o funcionamento do seu corpo, mas não um diagnóstico, este que deve ser feito por um médico.
Afinal os recursos de saúde dos smartwatches são seguros?
Sim. Os recursos são seguros desde que os dados gerados por eles sejam interpretados da forma como a função foi projetada. Como um recurso informativo que pode dar indícios de que algo não está ideal ou como ferramentas complementares ao acompanhamento médico, não como uma verdade determinante.
Esses recursos de saúde mais avançados precisam ser aprovados pelos órgãos e agências competentes de cada país antes de comercializados, no caso do Brasil a ANVISA, e as orientações feitas na classificação que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária forneceu recentemente para a função eletrocardiograma nos relógios inteligentes da Samsung ajudam a entender a forma como devemos encarar tais recursos.
Entre as orientações estão:
- O aplicativo BP Monitor App não se destina a substituir os métodos tradicionais de diagnóstico ou tratamento por um profissional de saúde qualificado;
- O aplicativo Monitor de Pressão Arterial Samsung (BP Monitor App) não pode diagnosticar hipertensão, outras condições ou verificar sinais de ataque cardíaco;
- Os resultados exibidos pelo aplicativo BP Monitor App são apenas para fins informativos;
- O aplicativo não deve ser usado por gestantes, pessoas com diabetes, insuficiência cardíaca prévia, entre outros.
Todas as indicações e recomendações podem ser conferidas no site da ANVISA.
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