Motivos para comprar um tablet em 2017
A febre dos tablets parece ter passado e, com ela, as pequenas surpresas que justificavam o formato em 2011. Mesmo assim, ainda hoje há bons motivos para se ter um tablet.
Ghedin
20 de fev de 2017
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Os tablets surgiram em 2011 para ocupar uma lacuna que, segundo Steve Jobs, estava vaga: aquela entre os smartphones e os notebooks. Por algum tempo, pareceu que tínhamos, de fato, encontrado o elo perdido. Hoje, as vendas de tablets estão em queda livre e muito se questiona a respeito da sobrevivência desse formato. Para que serve um tablet atualmente?
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Não é fácil apontar o que causou essa virada na trajetória dos tablets. O mais provável, aliás, é que não tenha sido obra de um culpado, mas de uma série de fatores. Um dos mais fortes, segundo especialistas, é o crescimento dos smartphones. Em 2011, quando o iPad foi anunciado, o iPhone tinha uma tela de apenas 3,5 polegadas; hoje, o iPhone “padrão” tem 4,7 polegadas — chega a 5,5 polegadas no modelo Plus. A tela maior sempre foi um argumento forte em favor dos tablets. Para muita gente, as telas dos smartphones modernos já são grandes o suficiente.
Outro ponto que pesa é a falta de apps e experiências exclusivas para tablets. Quando eles eram novidade, toda semana víamos um app novo que se aproveitava da tela maior para fazer coisas diferentes, inovadoras. Revistas digitais eram lançadas, sites eram feitos para serem explorados com os dedos no telão do iPad. Apps científicos, lúdicos, de desenhar… havia um ecossistema vibrante e esperançoso de que aquela nova tábua seria, no futuro, algo grande. Não foi.
O iPad atingiu o pico de vendas no início de 2014. Desde então, a cada trimestre a Apple anuncia quedas nas vendas do seu dispositivo. Para outras fabricantes que confiam no Android, a situação é ainda pior. O mercado minguou e, fora a Samsung, é difícil ver produtos de outras marcas de expressão lançados no Brasil. Só sobra espaço para algumas nacionais ou de segunda linha, que lançam modelos baratos destinados a crianças ou para comércios — tablets substituem muito bem os caderninhos de anotar pedidos dos garçons.
Em 2015, vimos uma movimentação da indústria no sentido de posicionar o tablet como dispositivos de produtividade. Puxada pela Microsoft, que aposta no conceito 2-em-1 e tem no Surface Pro (não lançado no Brasil) um dos tablets mais bem sucedidos “para trabalhar”, a Apple se aventurou nessa área com os iPad Pro e até o Google tentou o mesmo com o Pixel C (também não lançado por aqui), um tablet Android que funciona com um teclado, tal qual o da Microsoft. Apesar do esforço, que envolveu até declarações polêmicas de Tim Cook, CEO da Apple, que disse que o iPad Pro substituiria o MacBook num futuro próximo, o segmento continuou estagnado.
Com as vendas em baixa, sem as gratas surpresas do passado para estimular o interesse e com smartphones cada vez maiores, ainda faz sentido comprar um tablet? Pode fazer. Como dito, crianças se beneficiam muito da tela maior — é mais fácil de interagir com a interface e, no caso dos tablets Android de entrada, uma tela rachada representa um prejuízo menor. Estabelecimentos comerciais e outras atividades que demandam soluções móveis específicas também podem se beneficiar do formato.
Para o uso doméstico, a tela grande, principalmente dos tablets de 10 polegadas, é um grande chamariz mesmo para aqueles que têm smartphones enormes. Algumas atividades como leitura, sessões de filmes e navegação web se tornam mais confortáveis de serem feitas no tablet. Não é algo vital, o que se vê pelos relatórios de vendas de todas as fabricantes, mas é um argumento válido para caso você compre um tablet e se veja inundado por questionamentos de amigos e familiares.
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