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Correios encerram greve após decisão do TST

Tribunal Superior do Trabalho julgou que os funcionários devem pagar mensalidade do plano de saúde e funcionar com 80% dos carteiros.

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Yolanda Moretto

14 de mar de 2018

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A Federação dos Trabalhadores dos Correios decidiu cancelar a greve iniciada na última segunda-feira (12), após decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que julgou que os carteiros deveriam continuar operando com pelo menos 80% da equipe e que os funcionários deverão pagar uma parte do plano de saúde.

Após o anúncio do TST, os trabalhadores dos Correios realizaram uma assembleia e optaram por encerrar a greve, segundo informações da Agência Brasil. A estatal deve voltar a funcionar normalmente a partir de hoje (14). Apenas os estados de São Paulo e Rio de Janeiro terão novas assembleia para decidir pela continuação ou não da greve.

Segundo José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), “uma greve com 20% do pessoal não atende ao objetivo do movimento. Achamos melhor recuar estrategicamente e nos reorganizar”, disse em entrevista a revista Veja.

Correios Agência

Silva também defendeu o trabalho dos Correios no Brasil. “Tenho 20 anos nos Correios e em nenhum momento a empresa precisou de recursos da União para se manter. A presença dela é papel do Estado brasileiro. Correios têm condição de dar lucro, mas passou por ataque do próprio governo violento, que deixou a empresa descapitalizada. É preciso melhorar a gestão e garantir investimentos para que a companhia passe por este momento de crise”, comentou o secretário.

Tópicos da greve

Entre as pautas que movimentaram os funcionários dos Correios na greve, estava a nova abordagem do convênio médico, que faria com que os empregados tivessem que pagar parte da mensalidade do plano de saúde e tirava a opção de incluir dependentes no plano (incluindo pai e mãe).

A Federação dos Trabalhadores dos Correios também defendia a realização de Concursos Públicos e contratação de mais funcionários; manutenção de agências e CDDs para bom atendimento da população; defesa do cargo de OTT, demissões e terceirização de serviços; e, claro, melhora na qualidade do serviço prestado pelos Correios.

Algumas semanas atrás, os Correios anunciaram mudanças no novo sistema para melhorar alguns de seus serviços, principalmente referentes às regras de importação.

A decisão do TST

O Tribunal aprovou a proposta do ministro Aloysio Corrêa, que prevê o pagamento de parte da mensalidade para o plano de saúde, com mensalidades variando por idade e remuneração na modalidade de co-participação na qual os trabalhadores passam a ter que arcar com 30% dos valores e a empresa, com 70%. No entanto, o Tribunal entendeu, como defendiam os funcionários, que pais e mães poderão ser cobertos pelo plano até julho de 2019, quanto encerra o ACT em vigor. O TST também determinou que a estatal funcionasse com pelo menos 80% de trabalhadores.

A Fentect criticou a decisão, acusando o tribunal de prejudicar os trabalhadores, que terão dificuldade em arcar com a mensalidade do convênio médico.